a) Utilizando-se do recurso da paródia, da alegoria e do pastiche, a imagem da capa do disco Tropicália trabalha com oposições que permitem as contraposições entre o popular e o erudito, o nacional e o internacional, a cultura e a natureza, simbolizados pelos: 1. trajes com estampas étnicas versus trajes com referência à cultura jovem norte-americana; 2. instrumentos musicais usados na cultura dita popular versus instrumentos musicais da cultura jovem norte-americana; 3. paisagem industrial (representada pelo ferro e vidro) versus elementos botânicos; 4. uso do penico como xícara versus formalidade dos artistas sentados nas cadeiras; 5. uso de cadeiras por artistas, com exceção de Gilberto Gil, artista negro, sentado ao chão. É importante destacar que a Tropicália, através de sua reverência, produz a fusão desses elementos, criando novas estéticas culturais. b) A identidade nacional, dentro da Tropicália, era entendida como dinâmica e plural, não estando presa a essencialismos identitários ou a parâmetros estéticos pré-definidos. Entre tantas produções culturais do movimento, que valorizam a fusão de estilos para a criação de algo novo, podemos destacar as canções "Alegria, Alegria" (1968), de Caetano Veloso, "Domingo no Parque" (1968), de Gilberto Gil, entre outras.