Contextualização
O Brasil, como conhecemos hoje, não foi sempre este gigante continental unificado. Lá no período colonial, quando ainda éramos regidos pelos portugueses, nosso território era dividido em capitanias, cada uma com seus governadores e normas próprias. Nesse tempo de capitanias, muitas revoltas surgiram da insatisfação dos colonizados com a dominação portuguesa e várias províncias tentaram se separar do restante da colônia. Essas são conhecidas como as Revoltas Separatistas e é sobre elas que vamos nos aprofundar neste projeto.
Para entender as Revoltas Separatistas precisamos primeiro nos aprofundar no contexto histórico brasileiro do período colonial. Essa era é marcada por uma intensa exploratória e colonização do território brasileiro por parte dos portugueses. A extração do pau-brasil, o plantio da cana-de-açúcar e a exploração de ouro e diamantes eram a principal fonte de renda da colônia e da metrópole. No entanto, havia também muita insatisfação e resistência a essa dominação, tanto de indígenas, que já estavam aqui antes da chegada dos portugueses, como de africanos, forçados a vir para o Brasil como escravos, e de brasileiros, que não concordavam com a forma como o país era governado.
Nas Revoltas Separatistas, diferentes regiões do Brasil tentaram se tornar independentes de Portugal, declarando-se Repúblicas ou Reinos. Entretanto, todas essas tentativas foram reprimidas pelos portugueses que, temendo perder seu território e fonte de renda, combateram duramente os revoltosos.
Essas revoltas têm grande importância no contexto histórico brasileiro, pois foram marcos da insatisfação do povo com a dominação portuguesa e importantes passos para a consciência de uma identidade nacional. Além disso, analisá-las nos ajuda a entender até que ponto determinados grupos estavam dispostos a ir para defender seus interesses e ideais.
As revoltas também repercutem em questões contemporâneas, como as discussões sobre a autonomia dos estados e as relações de poder entre regiões diferentes. Afinal, o que levou a essas revoltas no passado? Seriam as mesmas questões que ainda geram tensões hoje?
Para este estudo, é interessante consultar títulos como "História do Brasil: Uma Interpretação" de Sérgio Buarque de Holanda, "Brasil: Uma História" de Eduardo Bueno e "Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi" de José Murilo de Carvalho. Além dos livros, sites confiáveis como a Biblioteca Nacional e a Fundação Getúlio Vargas também possuem ricos acervos digitais.
Atividade Prática
Título da Atividade: Recriando as Revoltas Separatistas
Objetivo do Projeto
O objetivo é desenvolver uma compreensão aprofundada dos fatores que levaram às Revoltas Separatistas. Os alunos irão investigar o contexto histórico, econômico, social e político destes movimentos, identificar os principais agentes e avaliar o impacto das revoltas no desenvolvimento do Brasil.
Descrição Detalhada do Projeto
Os grupos, formados por 3 a 5 alunos, irão recriar uma das Revoltas Separatistas do Brasil Colonial. Escolherão uma revolta específica a ser estudada e recriada, podendo ser, por exemplo, a Revolta dos Beckman, a Guerra dos Emboabas, a Revolta de Vila Rica ou a Conjuração Baiana.
Os alunos irão desempenhar papéis dos principais atores das revoltas, como colonos, escravos, indígenas, membros da elite e oficiais portugueses. Para isso, deverão pesquisar sobre o perfil desses indivíduos, suas motivações, papel na revolta e consequências de suas ações.
Materiais Necessários
- Acesso à internet para pesquisa.
- Livros e artigos sobre as revoltas escolhidas.
- Material para criação dos personagens: tecidos, papelão, tintas e outros itens que possam ser úteis para a criação dos trajes e cenários.
- Câmera ou celular para filmar a recriação da revolta.
Passo a Passo Detalhado para a Realização da Atividade
- Formação dos grupos e escolha da revolta a ser estudada.
- Pesquisa aprofundada sobre a revolta escolhida, com foco no contexto histórico, econômico, político e social.
- Identificação dos principais atores da revolta e distribuição dos papéis entre os membros do grupo.
- Pesquisa aprofundada sobre os personagens escolhidos, incluindo suas motivações e ações.
- Criação dos trajes, cenários e roteiro para a recriação da revolta.
- Gravação da recriação da revolta.
- Edição do vídeo gravado para a finalização da recriação.
- Redação do relatório, de acordo com as diretrizes abaixo.
Critérios de Entrega
Ao final do projeto, os grupos devem entregar:
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Vídeo recriando a revolta: Este vídeo deve ter duração entre 10 e 15 minutos e precisará apresentar de forma articulada o desenrolar da revolta escolhida, evidenciando a dinâmica entre os diferentes atores sociais envolvidos.
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Relatório Final: O relatório deve seguir o formato sugerido, composto por: Introdução, Desenvolvimento, Conclusões e Bibliografia utilizada.
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Introdução: Deverá situar a revolta escolhida no contexto amplo da história do Brasil Colônia, demonstrando sua relevância na formação do país e suas implicações para os dias atuais.
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Desenvolvimento: Neste momento, o grupo deve apresentar os conceitos teóricos chave estudados, explicar a revolta em detalhes, indicar a metodologia utilizada e discutir os resultados obtidos. Deverão abordar as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais e culturais da época, bem como feitos e impactos das personalidades históricas recriadas.
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Conclusão: Aqui, os estudantes devem retomar os principais pontos abordados, explicitando os aprendizados obtidos e as conclusões retiradas sobre o projeto.
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Bibliografia: Referências de todas as fontes utilizadas para o desenvolvimento do trabalho.
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Essas atividades irão notavelmente enriquecer o conhecimento do aluno em História e Artes, além de desenvolver competências como trabalho em equipe, tempo de gerenciamento, pesquisa e pensamento crítico.