Introdução: Concordância Verbal - Regra Geral e Casos Especiais
Relevância do Tema
A concordância verbal é um dos pilares da gramática da língua portuguesa. Sem ela, as nossas palavras e sentenças perderiam a harmonia e o sentido. Dominar as regras de concordância verbal é essencial para uma comunicação clara e precisa, seja na redação de um texto ou na expressão oral.
A importância da concordância verbal se dá a partir do seu impacto direto na compreensão do texto. Uma concordância verbal inadequada pode alterar significativamente o sentido de uma frase, levando a equívocos e mal-entendidos. Assim, entender as regras gerais e os casos especiais da concordância verbal é de suma importância para uma comunicação eficaz.
Contextualização
No vasto universo da gramática, a concordância verbal ocupa um lugar central. Ela se refere à correspondência obrigatória entre o verbo e seu sujeito, em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira), sendo um dos conceitos fundamentais para a compreensão e expressão corretas em língua portuguesa.
No currículo de Português do 3º ano do Ensino Médio, situamos a Concordância Verbal após o estudo de Morfossintaxe e Sintaxe de Período, pois é aí que os estudantes adquirem a base necessária para compreender e aplicar as regras de concordância.
A Concordância Verbal é também o ponto de partida para temas gramaticais mais complexos, como a regência verbal e nominal, e a crase. Para se aventurar nestas outras áreas, é preciso primeiro dominar o conceito de concordância verbal. Por isso, o estudo aprofundado de concordância verbal é uma etapa crucial no desenvolvimento das habilidades linguísticas dos alunos.
Desenvolvimento Teórico: Concordância Verbal - Regra Geral e Casos Especiais
Componentes
-
Regra Geral da Concordância Verbal: A regra geral da concordância verbal diz que o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito da oração. Se o sujeito é singular, o verbo também deve ser. Se o sujeito é plural, o verbo deve concordar em plural.
- Por exemplo, na frase "O menino estuda para o exame", o sujeito "o menino" é singular, portanto o verbo "estuda" está na terceira pessoa do singular.
-
Casos de Concordância com Sujeito Composto: No caso de um sujeito composto (quando a frase tem dois ou mais núcleos de sujeito), a regra geral da concordância verbal pode ter algumas variações.
- Quando o sujeito composto é constituído de núcleos sinônimos, o verbo pode concordar no plural com cada um dos núcleos ou no singular com o núcleo mais próximo. Isto é chamado de silepse de número.
- Por exemplo, na frase "O sol e a lua brilham", o sujeito composto é "o sol e a lua", no entanto o verbo "brilham" está na terceira pessoa do plural concordando apenas com o primeiro núcleo "sol", sinônimo da "lua".
- Quando o sujeito composto é constituído de núcleos ligados pela conjunção "e" e expressa uma ideia de unidade, o verbo deve concordar no singular.
- Por exemplo, na frase "O pai e a mãe gosta de cozinhar", o sujeito composto "o pai e a mãe" expressa uma única entidade familiar, por isso o verbo "gosta" concorda com o sujeito no singular.
- Quando o sujeito composto é constituído de núcleos sinônimos, o verbo pode concordar no plural com cada um dos núcleos ou no singular com o núcleo mais próximo. Isto é chamado de silepse de número.
-
Casos de Concordância com Verbos Impessoais e Indeterminados: Verbos impessoais e indeterminados não concordam com o sujeito, por isso são, na maioria das vezes, usados na terceira pessoa do singular.
- Verbos que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, nevar) ou que expressam sentimentos (doer, alegrar, preocupar) são impessoais.
- Por exemplo, na frase "Amanhã choverá.", o sujeito está oculto (o termo amanhã), e o verbo "chover" está na terceira pessoa do singular, como é típico dos verbos impessoais.
- Verbos que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, nevar) ou que expressam sentimentos (doer, alegrar, preocupar) são impessoais.
Termos-Chave
- Concordância Verbal: Trata da relação de correspondência obrigatória entre o verbo e o sujeito, exigindo que estejam na mesma pessoa e número.
- Sujeito: É o termo da oração sobre o qual recai a ação verbal ou que serve de base para o seu significado.
- Verbo: É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado ou fenômenos da natureza.
Exemplos e Casos
- Caso do sujeito simples e sua concordância com o verbo: "A lua brilha à noite". O sujeito é singular, portanto o verbo "brilha" concorda também no singular.
- Caso de sujeito composto com núcleos sinônimos: "O gato e o rato brigaram". O sujeito composto "o gato e o rato" é um sujeito composto de núcleos sinônimos, então o verbo pode concordar tanto com "gato" (mais próximo), quanto com "rato" (mais distante).
- Caso de sujeito composto ligado pela conjunção "e" e ideia de unidade: "A alegria e a tristeza são sentimentos humanos". O verbo "são" concorda no plural com o sujeito "alegria e tristeza" porque, apesar de ser uma conjunção aditiva, expressa a ideia de unidade.
- Verbos impessoais e sua concordância: "Hoje amanheceu chovendo". O verbo "amanheceu" não tem sujeito explícito, pois verbos impessoais não concordam com o sujeito.
Resumo Detalhado
Pontos Relevantes
- Importância da Concordância Verbal: Ela traz harmonia e sentido ao discurso, tornando a comunicação eficaz e precisa.
- Regra Geral: O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. Se o sujeito é singular, o verbo também deve ser. Se o sujeito é plural, o verbo deve concordar em plural.
- Sujeito Composto: Pode haver variações de concordância. Silepse de número ocorre quando o sujeito composto tem núcleos sinônimos e o verbo concorda com o núcleo mais próximo ou com todos os núcleos. Se o sujeito composto for ligado pela conjunção "e" e expressar unidade, o verbo deve concordar no singular.
- Verbos Impessoais e Indeterminados: Eles não concordam com o sujeito e são, em geral, usados na terceira pessoa do singular. Fenômenos da natureza e sentimentos são frequentemente expressos por verbos impessoais.
Conclusões
- A concordância verbal é fundamental para a precisão e clareza na comunicação, e não pode ser negligenciada.
- Além da regra geral, é necessário compreender os casos especiais de concordância verbal, especialmente o sujeito composto e os verbos impessoais e indeterminados.
Exercícios
-
Exercício sobre a Regra Geral: Reescreva as frases abaixo, fazendo a concordância verbal correta:
- A casa e o jardim (estar) bonitos.
- As flores da primavera (desabrochar) suas cores.
- A chuva e o sol (fazer) bem ao campo.
-
Exercício sobre Sujeito Composto: Identifique o tipo de sujeito composto e a concordância verbal correta nas frases abaixo:
- O gato e a gata (brincar) no jardim.
- O amor e o ódio (mexer-se) na alma.
- Ela e eu (estar) muito preocupados com a prova.
-
Exercício sobre Verbos Impessoais/Indeterminados: Classifique o verbo em cada uma das seguintes frases e explique o motivo dessa classificação:
- Neva muito na Serra da Estrela.
- Doeu-me o joelho durante a caminhada.
- Se eu fosse você, não faria isso.