Introdução
Relevância do Tema
O estudo da "Revolução das Espadas" é essencial para a compreensão do Brasil Republicano, pois identifica o primeiro período do regime republicano, caracterizado por agitações políticas internas, conflitos armados e por ser marcado pela alternância de poder e insegurança. A expressão "República das Espadas" deriva do fato de grande parte dos presidentes dessa era serem militares, destacando a influência do poder militar na política brasileira, que permaneceu por um longo tempo.
Contextualização
Inserido na Unidade "Brasil na Primeira República", o subtema "República das Espadas" é um desdobramento do estudo sobre a Proclamação da República, iniciada em 1889. A Revolução de 1930, que marca o fim desse período, é o nosso elo de ligação para a Próxima Unidade, "A Era Vargas", sendo, portanto, elemento chave para a compreensão do desenvolvimento político-social brasileiro no século XX. Este módulo se situa após o estudo do Período Regencial, unindo os eventos da Monarquia e da Primeira República, formando uma sequência lógica da história brasileira, que transita do Império para a República, um assunto de extrema importância para o currículo de História do Ensino Médio.
Desenvolvimento Teórico
Componentes
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Revoluções estaduais: Foram movimentos armados em várias províncias brasileiras que ocorreram após a Proclamação da República e que iniciaram o processo de alternância de poder na República das Espadas. Dentre as principais, destacam-se: a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, a Revolução Pernambucana, a Revolução do Contestado em Santa Catarina e a Revolta da Armada no Rio de Janeiro.
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Política dos Governadores: Estratégia de controle político adotada por Campos Sales (presidente de 1898 a 1902), onde o presidente da República permitia que os governadores dos estados tivessem grande autonomia política, desde que apoiassem o governo federal. Esta política contribuiu significativamente para a estabilidade política no Brasil durante a Primeira República.
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Medidas fisiologistas e o coronelismo: A falta de projetos políticos consistentes aliada ao pragmatismo político resultou na adoção de medidas fisiologistas, como a troca de favores entre os políticos para garantir a permanência no poder. O coronelismo, sistema de poder localizado na figura do "coronel" que controlava a política, a economia e a sociedade em suas áreas de influência, foi outro aspecto marcante da República das Espadas.
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Política externa e Segunda Revolução Industrial: O Brasil durante a República das Espadas buscou se inserir no contexto da Segunda Revolução Industrial expandindo a produção de café para atender a crescente demanda internacional, principalmente dos EUA e da Europa. Houve também a implementação de ferrovias e modernização da infraestrutura, além do início do fluxo migratório de trabalhadores europeus.
Termos-Chave
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República das Espadas: Período da Primeira República (1889-1930) marcado por conflitos armados e a alternância de poder entre as elites cafeicultoras do sudeste e os presidentes militares. O nome é uma alusão à predominância de militares na presidência.
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Política dos Governadores: Estratégia adotada por Campos Sales de conceder grande autonomia política aos governadores estaduais, desde que apoiassem o poder central. Esse sistema garantiu a estabilidade política, mas também favoreceu o coronelismo.
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Coronelismo: Sistema de poder localizado na figura do "coronel", um grande proprietário rural que controlava a política, a economia e a sociedade em suas áreas de influência.
Exemplos e Casos
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Governos de Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto: Marechal Deodoro, primeiro presidente do Brasil, governou de forma autoritária. Floriano Peixoto, vice-presidente que assumiu a presidência, teve seu mandato marcado pela repressão às revoltas e pela defesa da centralização do poder.
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Revolução Federalista (1893-1895): Conflito armado entre federalistas (opositores do governo de Júlio de Castilhos) e republicanos (apoiantes do governo). A guerra terminou com vitória republicana, mas a instabilidade persistiu com a Guerra de Canudos.
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Política de Campos Sales e a pacificação do país: Mediante a política dos governadores e a alienação de terras devolutas a grandes latifundiários, Campos Sales conseguiu pacificar o país, mas também consolidou o poder das elites agrárias.
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Crise do Encilhamento: Período de euforia financeira (1890-1891) que resultou numa crise econômica quando se descobriu que muitas das empresas que haviam recebido empréstimos do governo eram fictícias.
Resumo Detalhado
Pontos Relevantes
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A Revolução das Espadas foi o primeiro período do Brasil Republicano, caracterizado por agitações políticas internas e conflitos armados, marcado pela alternância de poder e insegurança. Os militares tiveram uma forte presença na política durante esta fase.
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As Revoluções Estaduais surgiram após a Proclamação da República e incluíram a Revolução Federalista, a Revolução do Contestado, a Revolução Pernambucana e a Revolta da Armada, retratando a instabilidade política e a diversidade de interesses dentro do novo regime.
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A Política dos Governadores foi uma estratégia adotada para manter a estabilidade política, consistindo em dar aos governadores dos estados grande autonomia política, desde que apoiassem o governo federal.
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Medidas Fisiologistas e o Coronelismo - A falta de projetos políticos consistentes levou à adoção de medidas fisiologistas, como a troca de favores entre os políticos para garantir a permanência no poder. O coronelismo, sistema de poder localizado na figura do "coronel", também influenciou fortemente a política da República das Espadas.
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A influência da Política Externa e da Segunda Revolução Industrial foi notável, com o Brasil buscando expandir a produção de café para atender à demanda internacional crescente e modernizar sua infraestrutura.
Conclusões
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A "República das Espadas" foi um período repleto de instabilidade política, com as Revoluções Estaduais demonstrando a diversidade de interesses e a falta de coesão entre as elites.
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A Política dos Governadores foi eficaz para manter a estabilidade, mas também reforçou o poder das oligarquias e do coronelismo.
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A influência da política externa e da Segunda Revolução Industrial é evidente na busca do Brasil por modernização e inserção no cenário internacional.
Exercícios
- Comente sobre a influência dos militares na política durante a República das Espadas. (Análise de Fontes)
- Explique como a Política dos Governadores contribuiu para a estabilidade política na Primeira República. (Interpretação de Texto)
- Discuta a relação entre a Segunda Revolução Industrial e a política de produção de café na República das Espadas. (Redação argumentativa)